Projeto Ciência na Escola

Palavras-chave:

A dinâmica de formação científica e tecnológica promovida pelo Ciência na Escola corrobora diretamente com a formação do aluno para o exercício da cidadania

Shirley Costa, coordenadora do Programa Ciência na Escola, falou para a equipe de comunicação do IAT sobre a importância desse projeto estruturante da Secretaria Estadual da Educação para a formação dos professores do ensino fundamental. Entre outras coisas, Shirley afirma que o principal foco do programa é a consolidação da educação científica dos alunos. Confira abaixo a entrevista completa.

. Qual a proposta do Ciência na Escola?

O Programa objetiva motivar a elevação de competências profissionais do professor do segundo segmento do ensino fundamental, na etapa que compreende da 5ª à 8ª série (6º ao 9º ano), para a melhoria e consolidação da educação científica dos alunos, principal foco do Programa. É caracterizado pela alfabetização cartográfica e se detém nas conexões com solo, vegetação, fauna, flora, rios, meio ambiente, ciclos biogeoquímicos, clima e uso do solo, que guiam educadores e estudantes ao conhecimento dos elementos vivos e não vivos do espaço social onde vivem os grupos humanos. O material didático do Programa revitaliza o livro didático de ciências para uma ação de aprendizagem científica com interfaces concretas entre ciências da natureza, geografia e ciências ambientais. O conhecimento da história local é a inspiração para a metodologia Mapa (Mundo, Ambiente, Pertencimento e Ação), que institui o caminho para a aprendizagem dos conceitos científicos a partir da leitura da realidade.


. Como tem sido a adesão dos professores da rede pública ao projeto?


Os professores de ciências e geografia da rede, candidatos a articuladores regionais (multiplicadores/pesquisadores) do Programa, estão aderindo à ação através da inscrição online. A partir do processo de seleção inicial, eles passarão por uma entrevista e apresentarão uma aula didática. Com a decisão da banca avaliadora, o professor selecionado passa a atuar no Programa, sendo inicialmente formado por uma equipe especializada.


. Como é exatamente que o programa funciona?


A operacionalização das ações do Programa foi pensada de modo a atender a Bahia em sua grande extensão, garantindo que, através da formação continuada de professores em serviço, todos os alunos sejam atendidos com excelência. Inicialmente, considerou-se a divisão dos Territórios de Identidade como estratégia de visualização da Bahia em suas especificidades. A partir desta primeira análise, os territórios foram organizados em grupos, priorizando as proximidades com sedes de DIREC para que o atendimento seja garantido e o diálogo com os representantes do Programa seja estabelecido. Assim, surgiu a denominação: NÚCLEO/CE (Núcleo Colaborativo e Operacional/Ciência na Escola). São 20 pontos de encontros para planejamento e socialização de práticas e de resultados alcançados, onde os articuladores (multiplicadores/pesquisadores), responsáveis por implantar a proposta do Programa nas escolas, estarão periodicamente reunidos com os professores integrantes da ação, garantindo a aplicação do material proposto, através de sequências didáticas criativas, visando à elevação das competências científicas e tecnológicas dos alunos.


. E a feira de ciências? Qual a função dela dentro do programa?


A Feira de Ciências é uma ação do Programa Ciência na Escola que favorece e reforça a proposta apresentada de formação para professores e alunos, uma vez que motiva a realização de pesquisas científicas em grupos e a socialização das mesmas com a comunidade local e, posteriormente, com outras comunidades. Objetiva estimular a prática científica através da interdisciplinaridade e fomento ao protagonismo juvenil. É caracterizada por um espaço de mostra de experiências e projetos de ciências de estudantes, orientados por professores, para estimular o ensino-aprendizagem das ciências na educação básica e valorizar as melhores iniciativas nesse âmbito, assim como socializar, em nível estadual, os esforços de cada escola.


. Como tem sido a participação dos estudantes da rede pública?


Em 2011, a Feira de Ciências alcançou 420 professores em 192 escolas localizadas em 144 municípios. Deste quantitativo, 120 escolas realizaram as feiras locais e 65 apresentaram seus projetos de destaque na Feira Estadual de Ciências da Bahia.  Em 2012, a feira está sendo planejada em 268 escolas, distribuídas em 120 municípios, com a participação de 520 professores e seus respectivos alunos. Assim, consideramos que a Feira de Ciências promove o envolvimento e a participação efetiva dos alunos como protagonistas na construção do conhecimento. A constatação se dá pela iniciativa de alunos oriundos da I Feira de Ciências em participar de feiras nacionais, premiados pela excelência na qualidade de seus trabalhos.


. Qual a importância do Ciência na Escola entre os projetos estruturantes do governo?


O Programa se destaca pela proposta de atender a uma lacuna expressiva no que tange à educação científica e tecnológica em nossas escolas públicas estaduais. A proposta visa criar possibilidades para estudantes e educadores construírem saberes e desenvolverem ações baseados no estudo do mundo, dos conhecimentos oriundos das diversas ciências e da relação entre conhecimentos escolares com a realidade vivida por uma determinada comunidade.

. O projeto terá continuidade em 2013?

Em 2012, o Programa pretende alcançar todos os professores de ciências naturais e geografia, bem como todos os alunos em curso na 5ª e 6ª série (6º e 7º ano), nas 875 escolas localizadas nos municípios integrantes do Estado da Bahia. Em 2013, o Programa Ciências na Escola se ampliará para a 7ª e 8ª série (8º e 9º ano), do ensino fundamental. Pretendemos, assim, fazer parte da escola em todo o ensino fundamental II, a partir de 2013.

. Tem algo que gostaria de acrescentar?

O Programa Ciência na Escola nasce com grandes possibilidades de transformar a educação nas nossas escolas por trazer um movimento novo de produção do conhecimento que envolve uma compreensão real do mundo, do ambiente onde o indivíduo está inserido e, por isso, motivado a agir sobre ele. A dinâmica de formação científica e tecnológica promovida pelo programa corrobora diretamente com a formação do aluno para o exercício da cidadania.
 

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